“Quando você acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas…”

quinta-feira, março 10

Auto-referência do conceito e solilóquio da filosofia

 

Alexandre Fernandes B. Costa Leite 1
1. Introdução
        O atual artigo carrega em si o ímpeto de delinear as linhas que efetuam o labor realizado por dois pensadores franceses contemporâneos, Gilles Deleuze e Félix Guattari, e mostrar em sentido geral a concepção que têm da filosofia. A primeira parte centra-se na maneira que a  filosofia é focalizada, a atitude filosófica a realizar-se na ação  criadora de conceitos, na auto-referencialidade dos mesmos; a segunda parte visa mostrar que tal postura sobre o que é a filosofia produz, inevitavelmente, o solilóquio, o que considero nada mais ser que a “morte da filosofia” .
 
2. Desenvolvimento
2.1. A Filosofia e os Conceitos
A pretensão aqui é a de apontar que o caráter que a  filosofia recebe na obra de Deleuze e Guattari angaria um itinerário inventor, uma propriedade criadora, não contemplativa, nem reflexiva, muito menos comunicativa, pois o pensar filosófico é compelido para o ato de intensa produção conceitual, a filosofia se passa na criação de conceitos, na arquitetura conceitual e na formulação de sentido.  Conseqüentemente,  o filósofo é o ser  humano capaz de elaborar conceitos. Nessa perspectiva devem-se fazer as seguintes perguntas: O que se passa com um conceito? Como ele funciona? Sem dúvida, formular conceitos sem problemas a serem resolvidos é uma tarefa inútil, desagradável, visto que se ganha em trivialidade ao criar pelo simples fato de criar sem nada a resolver. Os conceitos devem ser colocados de modo coerente, ou seja, remetendo-se a problemas, pois estes são o sentido da invenção conceitual ; assim, deve-se criar conceitos  para solucionar problemas que se considera mal vistos ou mal colocados pela história da filosofia.
Observar os escritos deleuzo-guattarianos sobre a filosofia significa chegar a conclusão  de que os conceitos possuem caracteres úteis para a compreensão do método utilizado e proposto para “fazer filosofia”:
1) Os conceitos têm uma história, isto é, carregam em si partes de conceitos que resolviam outros problemas          e  habitavam outros planos, mas também têm um devir responsável pelas conjunções entre partes conceituais em um mesmo plano;  2) São formados por partes conceituais que podem ser tomadas como conceitos . Assim,  uma extensão ao infinito é provocada; por exemplo, como mostra Deleuze, o conceito de EU em Descartes é formado por três componentes: duvidar, pensar e existir. Cada um desses, por sua vez, já é um conceitos que tem seus componentes conceituais. 
3) Possuem uma endo e uma exo-consistência; aquela é definida pela inseparabilidade interna das zonas de comunicação (a possibilidade de contato  entre os conceitos em um mesmo plano de imanência não permite a separação dos componentes que criam um conceito, pois se assim ocorresse o conceito “a” se metamorfosearia em “b”), esta (exo) é determinada pela construção de pontes entre planos distintos. Os conceitos são corolário da condensação,  acumulação e conexão dos  seus elementos. Ou seja, o que interessa na formulação dos conceitos é a produção de sentido, a consistência entre os conceitos.
4)  Define-se o conceito, principalmente, por sua auto-referência, ou seja, ele não é uma função por não referir-se a nada exterior a ele próprio; o conceito não busca a referência em um estado de coisas (fatos), mas sim nos acontecimentos (consistência). O conceito é sua própria referência “põe-se a si mesmo e põe seu objeto”. Com essa postura percebe-se que Deleuze e Guattari direcionam o pensamento conceitual a uma produção de diferença e de sentido, ou seja, acreditam que o importante é produzir sentido, não se interessando mais com uma correspondência representativa, mas só com própria coerência interna dos pensamentos e da produção de sentido. A auto-referencialidade provoca o monólogo do conceito, visto não referir-se a nada exterior a ele próprio e assim, por conseguinte, se fechar nas ligações dos conceitos com seus componentes. Fazer filosofia, no modo deleuzo-guattariano, acaba se transformando em uma elaboração das normas de sua própria criação lingüística. O monólogo significa que o conceito é conhecimento de si.
           A construção conceitual é o ato da filosofia, segundo Deleuze e Guattari. Sempre que conceitos são criados faz-se necessária  a instauração de um plano de imanência ou planômeno. A criação de conceitos e a instauração do plano de imanência caracterizam a filosofia como um construtivismo. A compreensão do que se passa com um conceito é, simultaneamente, o entendimento do plano de imanência, pois eles ressoam, estão em correlação, mas não se confundem. O que está em jogo é uma imagem do pensamento, uma luta contra o caos responsável pela dissolução do consistente, o plano retira desse caos  a consistência que é doada aos conceitos . A originalidade de Deleuze e Guattari está justamente nesses pontos: o da criação conceitual e o implante do planômeno. O plano de imanência- imagem do pensamento- é, no dito de Pelbart,  o “pensamento sem imagem”, “sem modelo” e “sem forma”; ou seja, para usar o estranho conceito de Deleuze e Guattari, o “espaço liso- vetorial”, cortado por intensidades, por forças criativas de atualização da diferença múltipla que passam pelo  virtual com um corte que retira dele consistência. O plano é a possibilidade de orientação do pensamento, o terreno pré-filosófico que vai traçar coordenadas para a construção conceitual. O plano é a casa do conceito, seu território.
        O construtivismo filosófico se baseia na criação de conceitos e na instauração do plano de imanência.
        O que significa criar conceitos? Para Deleuze e Guattari, o conceito não deve se preocupar em dizer a coisa em-si ou sua essência, mas sim o acontecimento que se efetua em um estado de coisas. A proposta deleuzo-guattariana é um evenemencialismo, o “tratamento dos conceitos como acontecimentos e não como noções gerais, como singularidades e não como universais” 2 . Criar conceitos é, no intento deleuzo-guattariano, criar sentido no plano de imanência, e não sair dele e não buscar uma referência ulterior ao seu território (  se a verdade existe, então ela está no sentido das conjunções dos conceitos no plano; logo, é construção da linguagem); Deleuze e Guattari não têm, pelo que parece, o desejo de buscar uma referência fora do plano. O movimento do pensamento a partir dos conceitos permite estabelecer a conclusão de que os conceitos são objetos imanentes a um horizonte, rizomas (sistemas a-centrados e não hierárquicos)  que realizam conexões, ligamentos e junções sempre horizontalmente num mesmo plano ou não (perpetrar a construção de sentido), sem ultrapassar o plano verticalmente, ou seja, evitar a realização de uma experiência que centre o pensamento em uma realidade ulterior, sobrenatural, mística e que se preocupe com uma adequação do conceito com a coisa ou com estados de coisas;  “desterritorializar” o pensar por figuras de cunho transcendental (no sentido escolástico) é uma das propostas de Deleuze e Guattari. A imanência do conceito impede o figurar, o pensar por imagens, a busca de verdades fora do plano.  Criar conceitos e produzir sentido têm uma ligação essencial com a linguagem, o pensamento como corolário da ordenação da linguagem; os conceitos são  manifestações da linguagem, e a filosofia- do modo que Deleuze e Guattari a encaram-  me parece se reduzir a um jogo de  coerência da linguagem, ou melhor, um jogo de conceitos com consistência em seus devires. Essa hipótese é verificada no livro Mil Platôs que traz em seus movimentos e ritmos uma infinidade de conceitos e uma extensa produção de conexões entre os vários platôs ( os platôs são, de acordo com Deleuze e Guattari, estruturas diferente dos capítulos; com essa idéia queriam construir um novo tipo de livro que permitisse ao leitor criar sua própria estratégia de leitura e criação- o livro máquina de guerra ao invés do livro aparelho de Estado.)
            Em Mil Platôs, Deleuze e Guattari trabalham dois tipos de imagem do pensamento, de um lado o modelo raiz, do outro o rizoma: há um modelo do pensamento que impera e condiciona sua imagem transformando-o em pensamento forma-Estado; o que é isso? Delírio? Não, apenas uma maneira de denunciar o pensar submetido as exigências de um “espaço estriado-métrico”, hierarquizado, ilusionado pela transcendência (vida eterna, deus e alma) , submetido aos dogmas e com pretensões de ser fechado, o pensar revestido de necessidades escatológicas, o pensar que deseja a verdade e a fundamentação última. Esta é a raiz introjetada no pensamento.
            De outra forma, o rizoma floresce como a imagem do pensamento diferente da raiz; o pensamento rizomático, a-centrado e não hierárquico, criador de diferenças, consistência e sentido ( sistema aberto apto a montar cadeias, ou seja, o pensamento não acabado que busca realizar ressonâncias entre planos distintos). A multiplicidade heterogênea que valoriza a construção conceitual, a imanência do conceito ( suas ligações, conexões ) e a invenção do sentido. É claro que Deleuze e Guattari estavam dispostos a criar conceitos partindo  dessa última espécie de imagem do pensamento.
Deleuze não se preocupa com o verbo ser (não quer criar uma imagem dogmática do pensamento- o pensamento arborificado), e sim com a conjunção “e” ( quer perpetrar um campo de multiplicidades, usar o pensamento como experimentação- o pensamento rizomático aberto e disposto a realizar intercâmbios), não tem interesse em dizer o que uma coisa é e nem está ligado à vontade de verdade , o que interessa para Deleuze e Guattari são os acontecimentos, a experiência paradoxal, a intensidade limite que leva à   criação e à formação de sentido. Talvez seja por isso que os livros de construção teórico-conceitual de Deleuze e Guattari  sejam demasiadamente obscuros, pois criam tantos conceitos que o leitor acaba por se perder em um mar de “rizomas”, “desterritorializações”, “corpos sem órgãos”, “nomadismo” e por aí vai.
 
  
Resumamos, pois, nossas questões: 
1) A filosofia, em Deleuze e Guattari, é a criação de conceitos; 
2) Os conceitos, que se encontram numa imagem do pensamento (plano de imanência) devem se referir aos acontecimentos ( consistência entre conceitos e formação de sentido) que se efetuam nos estados de coisas, e não com o que a coisa é (rizoma contra raiz); 
3) O conceito é auto-referencial; 3  é um “pássaro solíloquo”, pois é conhecimento de si e não do mundo. 
            A filosofia movida por intensidade, proposta por Deleuze e Guattari, significa que o impensável toca o pensamento e faz com que ele fique ativo, pois o impensável, o que não possibilita imagens, produz uma violência contra si, uma violação dos princípios do pensamento; a força que vem de fora.  E, também, pensar por conceitos que se ocupam de acontecimentos (são singularidades, não universais), como quer Deleuze, é ter uma relação intrínseca com a criação, com o pensamento “nômade” que busca equilibrar sua consistência e realizar seu sentido em múltiplas situações que se apresentam ao pensamento. A filosofia busca dar consistência ao virtual que se considera desordenado. Em suma, o primeiro movimento da filosofia nômade-rizomática formulada por Deleuze e Guattari consiste na criação de conceitos em um plano de imanência com o objetivo de fugir da busca da verdade, da fundamentação última; a filosofia como experimentação se preocupa com sua consistência, coerência , auto-referência e produção de sentido no plano do imanência.
              Todos os movimentos de conceitos são percebidos no conjunto de livros em parceria com o psicanalista Félix Guattari. Mil platôs, tomo que dá continuação a O Anti-Édipo, é o livro dos conceitos. Deleuze chegou a considerar os seus platôs como o melhor de tudo que já tinha escrito. Em Mil Platôs,  Deleuze e Guattari trabalham a filosofia de modo criativo, o pensamento conceitual atinge toda sua imanência, palavras de ordem não-filosófica adquirem estatuto filosófico, por exemplo: “rizoma”, “corpo sem órgãos”, “agenciamentos”, “desterritorialização”; tais conceitos (e não metáforas) são utilizados para explicar ontologia, filosofia política, música, arte, ciência  e uma multiplicidade heterogênea que pode ser atualizada como pensamento nômade, ou seja, que se preocupa com a criação conceitual e com o sentido.
O que está em jogo na questão do pensamento é a criação; tanto a filosofia como a ciência e a arte a fazem, nenhuma ocupa hierarquia em relação a outra, visto que essas três manifestações do conhecimento se ocupam da criação. Vejamos, assim, brevemente, como a ciência e a arte são concebidas por Deleuze e Guattari.
        A ciência não se ocupa de conceitos, e sim de funções que se apresentam em forma de proposições. O caos ( que é o virtual) traz na sua singularidade o possível, mas com consistência e referência entrópicas. A ciência busca um modo de atualizar o virtual através das funções, ou seja, retirar dele referência. A ciência instaura um plano de referência. A exigência de paradigmas de verdade inibe o poder imanente do conceito (consistência e sentido no jogo dos planos) em detrimento de verdades capazes de fazer uma correspondência entre o objeto ( estado de coisas- fatos) e a idéia (modelo hipotético). A ciência é paradigmática, luta para dominar o caos e transformá-lo em função, em verificação. A ciência é testável e refutável.
A arte forma sensações, tenta deixar o caos sensível, traça um plano de composição lotado de blocos de sensação. A arte realiza composições de sensações. A arte é realidade subjetiva.
Deleuze e Guattari não aceitam a atribuição axiológica que valoriza uma das três espécies do conhecimento mais que outra. Para eles existe até uma possível ressonância entre os tipos de planos; projeto audacioso que tentam criar.
3. Conclusão
            Tentei sugestionar o leitor a acreditar que a filosofia concebida como criação de conceitos, e estes como elementos auto-referentes, produz uma subversão da imagem clássica da filosofia, pois não se preocupa com a aquisição de um conhecimento capaz de realizar uma correspondência entre o conceito e um estados de coisas , mas sim com a própria coerência dos conceitos, com a produção de sentido que não busca ascender ao plano de imanência para atingir uma verdade ulterior. A auto-referencialidade do conceito produz uma atitude anti-comunicativa, anti-discursiva em favor de um monólogo do conceito; e, também, fortifica o discurso filosófico deleuziano contra os juízos, pois o que podemos falar daqueles que não se preocupam com a busca e construção de verdades?
            O pensamento deleuzo-guattariano não pode ser caracterizado como uma fraude, visto que ele é totalmente coerente com o seu projeto: tratar o pensamento como experimentação, criação e viagem. Filosofar é criar e não participar de um encontro de “convivas bêbados”, de uma ” grande conversação”. Para realizar essa experimentação, Deleuze e Guattari se alimentaram da “potência do falso”.
            Tratar o pensamento como criação é uma forma de conceber a vida como processo de criação, uma “obra de arte” constantemente vinculada a produção de singularidades e diferenças.  Explodir a estratificação do conhecimento, bem como liberar intensidades ( acontecimentos) criativas é uma maneira de dissolver o pensamento reduzido às convenções autoritárias para a busca do conhecimento. O projeto filosófico de Deleuze e Guattari é o de uma filosofia da diferença, do nomadismo, das multiplicidades. A filosofia como criação de conceitos auto-referentes.
            A importância que noto no trabalho de Deleuze e Guattari é a proposta criadora que invade toda sua obra, a composição do pensamento como força responsável por extrair sentido do não-senso que nos cerca através da criação dos conceitos. Deleuze, como qualquer outro filósofo, não deve ser lido como um mensageiro de uma verdade absoluta, de uma fundamentação do conhecimento, mas sim como um filósofo que tem o seu valor por alterar uma imagem do pensamento, por subverter de modo cômico a tradição e de dar um caráter, como diz Sousa Dias, de “ficção científica” à filosofia.
            Em suma, o propósito do ensaio foi inspirar que a filosofia deleuzo-guattariana é uma experimentação na ordem dos conceitos, o que caracteriza o chamado construtivismo filosófico baseado na criação de conceitos e no implante do plano de imanência. Para Deleuze e Guattari, a filosofia é a invenção de conceitos, estes possuem um rol de dados que permitem o conhecimento do modo de construção filosófica optado por Deleuze e Guattari. A tese fundamental é a seguinte: a filosofia é criação de conceitos; ora, se os conceitos auto-referentes e se a filosofia é feita de conceitos, então pode-se dizer que tal método de fazer filosofia se transforma em um discurso auto-referente, ou seja, conhecimento de si própria e não do mundo. 4
            Se os conceitos são singularidades, e não idéias gerais, então fica fácil de perceber que o ímpeto dos pensadores era estimular a criação conceitual do indivíduo. Ler Mil Platôs com a tentativa de encontrar uma verdade é uma tarefa grotesca, pois esse não é o objetivo do livro, mas sim o estímulo do uso dos conceitos nos acontecimentos da forma que for mais interessante ao sujeito que entra em contato com o livro. Assim, é inútil perguntar pelo significado dos conceitos, visto que são singularidades e podem ser utilizados em múltiplas produções de sentido. Uma filosofia auto-referente nada mais é que um monólogo, um solilóquio, visto não ser parte de um sistema comunicativo e não se interessar em conhecer o mundo, mas somente si própria.
            A postura deleuzo-guattariana sobre o que é a filosofia implica uma construção conceitual, mas se estes são auto-referentes, então a filosofia que é composta de conceitos também acaba por se transformar em auto-referência. O uso dos conceitos como singularidades produz o relativismo construtivista, que é caracterizado pela construção individual de conceitos, ou de modo sincero, cada um constrói seus conceitos e tudo fica por isso mesmo. Esse relativismo é, ao meu ver, a morte da filosofia, pois destrói um pressuposto básico filosófico: a comunicação.
            Dessa forma, por mais que tenham incentivado a construção conceitual como método da filosofia, não escaparam de aniquilá-la.
 
Notas
1.   Acadêmico do 3º ano do curso de graduação em filosofia na UFG.
2.  Sousa Dias, Lógica do Acontecimento,  p.17 
3.   Sousa Dias, em seu livro “Lógica do Acontecimento”, tem uma excelente análise da auto-referencialidade ” Todo esforço de Deleuze se concentra então em evidenciar a principal implicação desta tese: o conceito não é uma proposição, não é proposicional, a filosofia não é discursiva. Na lógica e na ciência, uma proposição define-se pela sua referência a coisas ou estados de coisas, mas o conceito é auto-referente. Nem a ciência e a lógica operam por conceito, nem os conceitos filosóficos são assimiláveis a proposições ou funções proposicionais. As funções científicas supõem uma referência em ato, são coordenações necessárias de estados de coisas ou “objetividades” como termos variáveis independentes, ao passo que as funções propriamente lógicas recaem sobre a referência em si mesma, vazia, ou como possibilidade proposicional, determinam as condições de referência das proposições em geral. Opostamente os conceitos remetem apenas para puro eventos incorporais distintos das suas atualizações em corpos e estados corpóreos e que formam, não a referência, mas a consistência dos conceitos. Por outras palavras, os conceitos remetem unicamente para si (para suas separações internas como variações inseparáveis, interdependentes) e para outros conceitos-acontecimentos no plano de imanência: endoconsistência e exoconsistência dos conceitos. Em suma, o conceito não é nem uma função científica nem uma proposição lógica, não tem referência, e como tal é inintegrável de sistemas discursivos”, Lógica do Acontecimento, p.69-70
4.  o ápice da construção conceitual é verificado no livro Mil Platôs 
Bibliografia
01- Deleuze, Gilles. O que é a Filosofia?/ Gilles Deleuze e Félix Guattari; tradução de Alberto Alonso Munõz. Rio de Janeiro: Ed.34, 1992.
02- Deleuze, Gilles. Lógica do Sentido; tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo, Perspectiva. 1994.
03- Dias, Sousa. Lógica do Acontecimento: Deleuze e a Filosofia. Edições Afrontamento: 1995
04- Pelbart, Peter Pál. O tempo não-reconciliado. São Paulo: Perspectiva: FAPESP, 1998. (Coleção Estudos;160)
 

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