“Quando você acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas…”

quarta-feira, maio 26

Ensaio Filosófico sobre o Amor por Helena Vasconcelos *


O Que É Feito do Amor?


De que falamos quando falamos de Amor? O título do livro do escritor americano Raymond Carver serve às mil maravilhas para introduzir esta questão tão pertinente agora, em 2010, como o foi há milhares de anos, em todas as latitudes. O ser humano, muitas vezes caracterizado pela sua tendência inata para o ódio, a violência e a destruição – daí o dizer-se que quanto mais conhecemos os homens mais gostamos dos animais – redime-se a cada momento através do Amor, um sentimento que se encontra enaltecido e glorificado e serve de base à doutrina e ensinamentos das grandes religiões, é motor de criação em todas as Artes, está presente nas Ciências, nos Estudos Sociais e na Política, é manipulado pela publicidade e pelos média e atravessa a vida de todos nós.

Mas se é verdade que existem muitas formas de amor – sabemo-lo desde os Gregos da era clássica, cuja filosofia é a base da nossa Cultura ocidental – que nos vão surgindo com nuances mais ou menos sofisticadas numa sociedade que é cada vez mais laica e materialista, também é certo que o Amor, com maiúscula, continua a ser o sentimento que atrai, aproxima, une e, com sorte e persistência mantém juntos, homens e mulheres, em todas as combinações possíveis.
Mas será que esse “arroubo do coração”, tão forte e sedutor, ainda mantém o mistério e a força de outros tempos, nesta nossa era tecnológica em que os cientistas passam o cérebro a pente fino, localizam impulsos, analisam hormonas e em que se pode “amar” à distância, com um clique no computador no espaço das redes sociais, nas salas de “chat” ou nos jogos de faz-de-conta, em vidas paralelas e virtuais? Ou poderá dar-se o caso de continuarmos a comovermo-nos com as histórias dos grandes amorosos e a desejar experimentar os momentos únicos da paixão, mesmo que se mudem os tempos e as vontades, mesmo que as tecnologias de ponta invadam o nosso quotidiano, facilitando-nos a vida mas, quiçá, tornando-nos mais sós e alheios ao fervilhar das paixões, dos contactos próximos, do prazer da antecipação? Seremos capazes, nesta sociedade que premeia o sucesso, glorifica o prazer imediato e incentiva ao controle das nossas vidas, deixarmo-nos levar por sentimentos arrebatadores que contrariam a razão e o bom senso – bem dizia Marcel Proust que a felicidade no amor é um estado anormal – e que, muitas vezes, deixam marcas profundas nas nossas psiques, cuidadosamente “reparadas” por exércitos de psiquiatras, psicólogos, psicanalistas, sexólogos, conselheiros matrimoniais, etc. etc. etc.
Uma coisa é certa: o Amor, apresente-se Ele como lhe apetecer, continua a resistir ao tempo, a surgir onde menos se espera, a encher páginas da Literatura, a servir de pretexto para todas as formas de criatividade, a ser objecto de estudos científicos e filosóficos. Mas de que Amor estamos nós a falar, quando falamos de Amor?
Na Antiga Grécia não existia uma só palavra para Amor, antes se usavam termos tão variados como philia, eros, agape, storge e xenia, embora se torne difícil definir fronteiras bem nítidas entre os seus respectivos significados. Assim, philia, um conceito desenvolvido pelo filósofo Aristóteles, era um amor não apaixonado, virtuoso, prático e racional – o “amor mental” – que incluía lealdade para com os amigos, a família e a própria comunidade e nos chega nos conceitos de amor “filial” e na prática da “filantropia”, por exemplo. O glorioso eros – uma divindade para os Gregos – estava relacionado com o amor-paixão, com o desejo sensual e erótico com o “amor do corpo”. Platão complicou as coisas ao atribuir-lhe as vertentes da beleza e da verdade que fariam parte das características do objecto amado, como explica no “Fedro”, um dos seus importantes e imortais Diálogos. Podemos também encontrar ecos deste Amor nos fragmentos dos poemas da Safo (século VII a.C.) e na obra de Ovídio, mais recente – séc. I a.C. – que, por exemplo, em “A Arte do Amor”, se dedica a explicar como homens e mulheres, movidos por eros, podem encontrar companheiros e companheiras em Roma, como seduzi-los (las) e como evitar que as suas “presas de Amor” lhes sejam roubadas.
Diferente, embora não tanto como se possa pensar é ágape, o amor “da alma”, puro, idealizado e sábio, muitas vezes confundido ou associado a eros, e que pode ser encontrado nos casais juntos há muito tempo que desenvolvem um sentimento complexo de partilha e de afinidades. Quanto a storge está relacionado com o amor “de sangue”, o que existe dentro das famílias e xenia, embora menos conhecido hoje em dia, era importantíssimo para os Gregos e tinha a ver com a hospitalidade, com a amizade especial e ritualizada, por exemplo entre alguém que recebia em sua casa um perfeito desconhecido e desenvolvia com ele laços fortes e duradouros. (Exemplos de xenia abundam na mitologia grega e em textos clássicos como a Ilíada e a Odisseia de Homero.)



Os Mitos

Deixemos, por agora, os nossos antepassados mais remotos e concentremo-nos na Nossa Era, nesses dois mil e dez anos que conheceram o advento do Cristianismo, a influência do Oriente e dos Descobrimentos, o Século das Luzes, a Revolução Francesa, a Industrial e a Tecnológica ao longo da Idade Medieval, o Renascimento, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea, durante as quais o conceito do Amor se foi transformando e enriquecendo. Santo Agostinho, enquanto o Império Romano se desmoronava perante as invasões bárbaras, chamava a atenção para o sentimento do Amor, “superior à fé e à esperança” que definia o ser humano, uma vez que, “ quando é necessário referir um homem bom não nos questionamos sobre a sua fé ou sobre as suas esperanças mas baseamos o nosso critério na forma como ele ama e a quem ama.” Assim, o Amor passou para o âmbito do sagrado e ficou conotado com a relação com Deus e com a Verdade.
No entanto, de acordo com o filósofo e ecologista suíço Denis de Rougemont no clássico “O Amor e o Ocidente” (1939), este poderoso sentimento, tal como o entendemos no mundo ocidental, só apareceu na nossa cultura a partir do século XI, na forma do “amor cortês” que partiu do mito bem conhecido de Tristão e Isolda. Rougemont, secundado mais drasticamente pelo autor católico C. S. Lewis em “A Alegoria do Amor” (1936) e por outros pensadores, conjuga, na sua monumental obra, todas as declinações do verbo amar, do amor/paixão ao amor/gosto, do amor físico ao amor/vaidade, partindo da palavra escrita de inúmeros autores que, em Poesia, Romance, Teatro e Filosofia têm continuado, indefinidamente, a recriar o sentimento amoroso magnificamente representado em pares míticos como Heloísa e Abelardo, Romeu e Julieta, Dante e Beatriz, Dom Quixote e Dulcineia, Charlotte e Werther e de grandes amorosos como Dom Juan, Casanova ou Sade. Não esqueçamos que os maiores poetas de todos os tempos – Shakespeare e Camões – foram, também, grandes amantes e (principalmente) nos seus respectivos Sonetos, fizeram ecoar as subtilezas das paixões e a complexidade de sentimentos tão avassaladores e portentosos que ficaram gravados para sempre no curso existencial do ser humano.

O Amor Cortês
O amor cortês parte do grande mito do adultério contido na história de Tristão e Isolda. Unidos no início por um “filtro do amor” passam a vida ligados um ao outro (com uma espada entre eles), encontrando-se e desencontrando-se em inúmeras peripécias até à morte. Graças à rainha Leonor de Aquitânia (1122 – 1204) e à sua “entourage” as regras e os jogos do amor cortês foram introduzidos nas cortes europeias e revolucionaram os costumes por completo. Foi por volta de 1149, depois da 2ª Cruzada que os Trovadores abandonaram o tema das batalhas e o substituíram pelo o do Amor, que, tal como o Desejo, deixou de ser unilateral e passou a ser mútuo, algo que rapidamente foi considerado pela Igreja como perigoso e subversivo, uma vez que o direito de escolha deixava de ser exclusivo do homem e passava, também, a pertencer à mulher. Foi nas cortes de Leonor, e mais tarde na de sua filha, Maria de Champanhe, que floresceu o conceito do “torneio do amor”, durante o qual se compunham canções belas e ousadas, combinando histórias de amor com histórias de aventuras, como a do mito celta do rei Artur e seus Cavaleiros da Távola Redonda. O amor era uma forma de arte como a música e a poesia e o desejo inflamado fazia parte do repertório dos trovadores, incluindo o amor sensual, subtil, elevado, quase sobrenatural, divertido, cínico ou meramente sexual, em todas as combinações possíveis. Cantava-se toda a magia e complexidade das primeiras fases do amor, os jogos de sedução, as torturas da incerteza, as noites passadas em claro, os olhares, os códigos secretos, os símbolos, as agonias da separação. Ao consumar-se uma relação sexual, esta acabava, normalmente, com a história de amor (passava-se a fomentar uma outra, nova) e o casamento, quase sempre um mero contrato negocial, era considerado aborrecido e entediante, um pró-forma e uma obrigação que contrastava com a paixão. Os castelos tornaram-se lugares em que o civismo e a arte eram primordiais. Os homens, depois dos duros combates, iam descansar nesses recantos de paz e alegria. A vida era normalmente brutal, passada em permanentes cenários de guerra, mas quando as pessoas se entregavam ao amor tornavam-se requintadas, boas e gentis. André-o-Capelão, numa obra famosa na época, intitulada “Traité de l’amour”, afirmou sem rodeios que “…os homens não são nada, incapazes de beber na fonte do bem se não forem transformados pelas mulheres…devendo esforçar-se por servir as damas como forma de serem iluminados pela sua graça.” Estes preceitos contribuíram para o desenvolvimento do ideal de cavalaria, uma instituição e uma ordem com regras exigentes que obrigava o homem forte a colocar a sua força ao serviço dos fracos, um imperativo extraordinário que, infelizmente, nunca mais teve paralelo na história das civilizações.
Foi ainda no século XII que se deu o encontro de outro par imortal: Abelardo era um filósofo de renome e um intelectual de mérito quando conheceu a bela e jovem Heloísa. Tornou-se seu professor e amante, tiveram um filho mas o orgulhoso tio de Heloísa vingou-se mandando castrar Abelardo. O resto das suas vidas foi passado em conventos mas a correspondência trocada entre ambos demonstra – pelo menos da parte de Heloísa – que a paixão não se desvaneceu, antes se tornou mais premente e erótica, antecipando de cinco séculos, as cartas da Freira Portuguesa, Mariana Alcoforado ao seu cavaleiro de Chamilly. De referir que a tradição do amor sofrido e eternamente alimentado pela ausência física do amante será uma característica marcante e essencial para os grandes arroubos apaixonados que marcarão o Romantismo do século XIX. Quando Goethe publicou o seu livro de juventude, o famoso “Werther”, criou um personagem cujo drama ainda toca os corações mais sensíveis. Werther, um jovem sensível e cheio de qualidades, alimenta a sua paixão na impossibilidade de alcançar o objecto amado: Werther ama Charlotte que o não ama, que ama outro, Albert, com quem casa. Werther é amigo de Albert mas continua a amar Charlotte que lhe repete continuamente que só gosta dele “como amigo”. No fim, Werther mata-se com as pistolas de Albert, entregues por Charlotte, deixando os amigos inconsoláveis e provocando uma vaga de suicídios em toda a Europa. Foram estes extremos de amor descontrolado e mortal que alteraram os hábitos amorosos do século XVIII, uma época essencialmente libertina, durante a qual o Amor, tornado cínico e conotado com o prazer erótico e com a dor física, foi um jogo perigoso das classes abastadas e entediadas, como acontece em “Barry Lyndon” de William Makepeace Thackeray e em “Ligações Perigosas” de Choderlos de Laclos, com o “par maldito” e maldoso constituído pelo Visconde de Valmont e pela Marquesa de Merteuil.


O Renascer do Amor

É durante o Renascimento, essa época áurea de descoberta e deslumbramento que o Amor toma formas mais complexas, faustosas e profundas. Quando Shakespeare pegou na história dos Montague e dos Capuleto, famílias rivais e de hábitos sangrentos e colocou os belos, jovens e esplendorosos Romeu e Julieta na intersecção das suas violentas disputas, concedeu uma majestade e uma elevação ao Amor como nunca antes se conhecera. Os dois amantes cujo destino “se cruza nas (ou pelas) estrelas”, apaixonam-se à primeira vista, esquecem tudo o que os rodeia, incluindo a desavença cruel entre as suas respectivas famílias, cantam a beleza e a nobreza do seu amor contra todos os impedimentos, consumam a sua relação e morrem nos braços um do outro, na glória de um sentimento que não conhecerá nunca o fracasso, a indiferença, o esquecimento ou o afastamento.
Foi neste tempo de amores divinos, elevados pela própria essência a um nível quase “religioso” que Camões escreveu que “Amor é fogo que arde sem se ver/ É ferida que dói e não se sente/ É um contentamento descontente/ É dor que desatina sem doer”, aproximando a "queimadura” do Amor da chama do Espírito Santo e aflorando as suas contradições, que Dante colocou Beatriz – uma jovem idealizada e inacessível – a guiá-lo nos sonhos em “A Vida Nova” e na “Divina Comédia”, e que Cervantes criou uma Dulcineia que D. Quixote vê como a mais bela e pura das criaturas, uma musa de “formosura sobre-humana” embora saibamos que ela era, na realidade, tudo menos isso. O Amor renascentista – que inspirou, também, os maiores pintores de todos os tempos – pode muito bem ter sido uma das sementes dos movimentos do século XX nos anos sessenta com a glorificação do “amor livre”, do “flower power”, da androginia e da abolição de fronteiras entre géneros.


Século XXI



Nos nossos dias, teóricos como Allan Bloom, Alain de Botton e, mais recentemente Christina Nehring – que, no seu apaixonado “Uma Reivindicação do Amor para o século XXI”, se rebela contra o que lhe parece um desinteresse por esse sentimento, abafado por uma cultura consumista e imediatista – têm continuado a analisar os grandes textos da Literatura amorosa. Cientistas como Helen Fisher têm desenvolvido experiências no campo amoroso e chegado a conclusões interessantes. Para Fisher a experiência do amor passa por três fases consecutivas: a do desejo sexual/paixão que nos expõe perante os outros, a da atracção que nos leva à cópula enquanto soltamos químicos como a testosterona e o estrogénio, e a da satisfação que nos permite tolerar o(a) companheiro(a). Os estudos mais recentes em neurociência mostram que, quando nos apaixonamos, o cérebro produz quantidades de químicos, tais como as feromonas, a dopamina, a norepinefrina e a serotonina que podem ter como efeitos secundários o aumento de intensidade do batimento cardíaco, a falta de apetite e de sono e uma sensação de excitação extrema que pode durar, no máximo 3 anos.
Mas estaremos nós, em 2010, tão pressionados por estas ideias que achamos que tudo se consegue com alguns comprimidos, sem a maçada da sedução, sem a canseira da “caça”, sem o trabalho de “manutenção” do Amor depois de se terem dissipado as nuvens alucinogéneas dos químicos? Sentir-nos-emos tão acossados pelos medos e pela insegurança que só sejamos capazes de nos deixar levar por “eros”, correndo de cama em cama, de experiência erótica em experiência erótica para nos precipitarmos o mais depressa possível no conforto do “ágape”, na segurança do “casamento”, preocupando-nos sobretudo em manter o equilíbrio material e o conforto, cavalgando na crista da onda do prazer imediato, acorrentados a carreiras profissionais que nos dão poder e dinheiro, sensações e coisas que, por vezes, provocam mais excitação do que a paixão amorosa?
Ou será que, seguindo os nossos antepassados e marcados pelos mitos, continuaremos ao longo dos séculos a ficar cegos com a beleza e as qualidades de outra pessoa quando nos apaixonamos, a sofrer quando o Amor acaba, a persistir na sua procura eterna, amando talvez (ou por vezes) mais o próprio sentimento – como afirmava Stendhal – do que a pessoa que o suscita? Com a emancipação feminina e o direito de escolha e de procura por parte da mulher no campo amoroso, estaremos a redefinir finalmente as regras e a abrir campos inexplorados até há bem pouco tempo? Poderão as máquinas e os robots chegar a um estado de apuro técnico tão grande que serão capazes do mais difícil, isto é, de se apaixonarem, como acontece no profético filme “Blade Runner” inspirado num livro de ficção científica de Philip K. Dick? Ou chegaremos nós à conclusão que o ser humano, seja qual for a raça, cultura, idade, época ou ambiente em que vive, sejam quais forem as condições psicológicas, materiais e sociológicas, anseia sempre por encontrar o único e verdadeiro Amor, ao menos uma vez no curso da sua breve e precária existência?

Nota: Este texto foi publicado na revista ELLE portuguesa, na sua edição de Junho 2010. 

 Helena Vasconcelos *

[*Helena Vasconcelos nasceu em Lisboa, Portugal. Foi para a Índia com quatro anos e, desde então, nunca mais parou de viajar. Formada pela Faculdade de Letras; em Filologia Germânica pela Universidade Clássica Lisboa e em História de Arte na Escola Arco, Lisboa, tem como ocupações principais escrever, ler e viajar. É atualmente, e desde o primeiro número, colaboradora permanente da revista ELLE portuguesa. Colabora com o "Jornal Público" desde a sua fundação – suplemento cultural Y - tendo também trabalhado no jornal "O Independente". Promove ações de Formação na área de apoio e divulgação à Leitura em Bibliotecas Municipais, orientando Comunidades de Leitores em Bibliotecas e, desde há cinco anos, na Culturgest, em Lisboa. É promotora e dinamizadora de “Os Clássicos na Gulbenkian”, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; organizou os ciclos de conferências da Feira do Livro de Lisboa de 2004 e de 2005 (com Paula Moura Pinheiro). Escreveu sobre Arte em vários jornais, catálogos e revistas da especialidade, dos quais se destacam Neue Kunst in Europa (Alemanha), Juliet (Itália). Publicou um livro de contos em 1988 “Não Há Horas para Nada” (Ed. Relógio D’Água) que recebeu o Prêmio Revelação do Centro Nacional de Cultura. Publicou “Mário Eloy. O Pintor do Desassossego”, Ed. Caminho. Contribuiu com “short stories” para várias revistas portuguesas e estrangeiras. Criou e dirige a revista on-line "Storm-Magazine. O lugar da cultura" - www.storm-magazine.com.]
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